Aborto livre, irrestrito, bastando o desejo da mulher?  

Vídeo de 07/06/22 mostra manifestação de mulheres que se despem durante um culto. Estratégia do artvismo político. Radicalização de vertente feminista com argumento sofístico. “Meu corpo, minha escolha”. Ou “Meu corpo, minhas regras”.  [https://www.msn.com/pt-br/noticias/mundo/abortistas-interrompem-culto-e-tiram-a-roupa-em-igreja-nos-eua/vi-AAYbPPv?ocid=msedgntp&cvid=445f283375cf469496a57c3884ec6c45].

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Por que não entregar o bebê para adoção ao invés de querer o direito de executar o embrião no ventre? Defender abortamento pelo livre desejo da mulher, quando se pode evitar gravidez com anticoncepcionais e camisinha, é querer demais. Quem mais insiste nisto são ativistas de classe média ou celebridades. É a lógica do hedonismo sem freios, do sexo sem metafísica. Encontros de corpos sem um elemento transcendente e ético que visa apenas uma descarga erótica resulta em desespero quando aparece gravidez.

Observa-se nos centros afluentes do Ocidente materialista um empobrecimento antropológico do sentido da vida humana na medida em que se aprofunda um ultra individualismo solipsista sentimentalóide: ”Eu sinto, eu desejo, logo é verdade e tenho o direito de ser satisfeito com minhas regras”.   

Argumenta-se de que se trata de questão de Direito de Saúde Pública porque mulheres pobres não conseguem abortar com segurança e morrem ou sofrem sequelas em abortamento clandestino. Vamos devagar no assunto. Nossa legislação já prevê abortamento legal sob condições que até religiosos conservadores admitem. Vítima de estupro podem, sim, ter toda assistência legal, médica, social para procedimentos. Casos médicos bem tipificados, idem.  

E se a grávida é pobre, sem suporte familiar? Grávidas abandonadas por parceiros irresponsáveis ou mulheres de detentos e outras condições carenciais precisam de suporte emocional, médico, financeiro, legal e escolar para dar conta da gravidez e criação do filho. Não abortamento.  Aconselhamento especializado e suportes ministrados por profissionais e voluntariado bem treinado possibilita uma retomada de vida em bases dignas e seguras.  É o que faz muito bem algumas iniciativas como o Cervi, o Exército de Salvação, o Ampara Maternal e outras entidades. 

E como prevenção a estupro, abortamento  e abandono de crianças, que tal apoiarmos políticas públicas pela valorização da vida em todos seus estágios, e educação para uma sexualidade segura e  responsável, entre pessoas minimamente amadurecidas?

Que tal músicos e artistas se juntarem a educadores e promoverem valores de lealdade, companheirismo, respeito entre sexos e não sua banalização que avilta o corpo e a dignidade feminina?

Que pré-adolescentes e adolescentes recebam instruções para se protegerem, conhecerem seus corpos e seus direitos para resistirem a assédios e bullying. Que sejam incentivados a investirem primeiro  na conquista de educação básica  e profissional, evidências de maturidade e autonomia psíquica, antes de iniciarem  vida sexual?

Não basta alguém dizer que é contra o aborto se não levar em conta fatores objetivos presentes nesta questão e se envolver na proteção às vidas da mãe e do bebê. Incoerência e hipocrisia é vociferar contra aborto e defender armar a população e sustentar privilegiados.

É preciso dizer não ao pagamento de cachê de um cantor que por quatro horas de show ganha o que uma professora levará de dez a vinte anos para receber, trabalhando, sob estresse,  oito horas por dia,  E a dinheirama dos privilegiados dos três poderes poderiam eliminar a miséria de metade da população brasileira que sobrevive com um salário mínimo.

Ageu Heringer Lisboa, psicólogo.

PS: Importante fala do ministro do STF sobre questões relativas ao aborto coincidem com o discorrido acima. https://www.instagram.com/reel/C3nYdqmq5WE/?igsh=NjZiM2M3MzIxNA%3D%3D

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