Silas Amaral Pinto
Os EUA tem a melhor máquina de marketing da história, criticando e lutando a favor dos direitos humanos em países opressivos, vendendo ao mundo a imagem de uma sociedade equânime e justa. Um apelido carinhoso que os americanos dão ao seu país é “the land of the free”, ou a terra dos livres, frase que é parte do hino nacional americano.
Porém foi necessário uma guerra civil onde morreram cerca de 850,000 pessoas para a escravidão deixar de ser um direito do branco comprar o preto como propriedade para fins de trabalho escravo; porém, muitas outras leis foram ratificadas para manter o preto numa condição de inferioridade.
Até este mês de novembros 2022, a constituição de 19 estados permitiam explicitamente a escravidão, a servidão involuntária como punição por um crime. Como a vasta maioria dos juízes e promotores são brancos, temos como resultado que 1 em cada 81 pretos nos EUA estão presos, criando famílias sem pai, e escassez de homens pretos em idade de casamento.
A 13ª Emenda à Constituição dos EUA é reconhecida por muitos como a abolição formal da escravidão nos Estados Unidos. No entanto, apenas acabou com a escravidão de bens móveis – a escravidão em que um indivíduo é considerado propriedade pessoal de outro. Ao eliminar formalmente a forma mais reconhecível de escravidão, a 13ª Emenda também permitiu que a escravidão fosse transformada em outra coisa que ainda tem ramificações angustiantes para os pretos hoje. Isto é, aboliu a escravidão, “Exceto como punição por crimes em que o individuo for achado culpado”. O criminoso se torna escravo do estado.
Na “terra dos livres”, neste novembro de 2022, os estados do Alabama, Louisiana, Oregon, Tennessee e Vermont tiveram a oportunidade de votar pela abolição da escravidão, como parte de um esforço do movimento de reforma da justiça criminal para acabar com o trabalho escravo nas prisões. Lousiana manteve a lei da escravidão como punição a criminosos!
Deus poderia ter criado um mundo monocromático, mas o Grande Artista escolheu colorir a tela da pele humana com cores vermelha, amarela, preta, branca, e chamou isso a obra prima da sua criação. Todos partilhamos de semelhante DNA, e as cores são apenas adaptações climáticas para sobrevivência da espécie. Inúmeras análises do DNA de indivíduos ao redor do mundo demonstram que todos os humanos somos uma mistura de raças e cores, e não há puro sangue. Por isso a palavra “raça” é um termo sociológico, que foi aplicado para classificar a humanidade em grupos de origem étnica compartilhada.
Alguns estudiosos estimam que 60 milhões de pessoas viviam nas Américas antes da chegada dos europeus. Para justificar e celebrar a violenta anexação da América do Norte pelos Estados Unidos, em 1845 John O’Sullivan cunhou a frase “Destino Manifesto”: “Tudo isso será nossa história futura”, escreveu ele em 1839, “para estabelecer na terra a dignidade moral e a salvação do homem – a verdade imutável e a beneficência de Deus”. A falácia de que Deus criou o branco para dominar as outras raças então foi criada! Mas se Deus tem preferência por cores, infelizmente não é a minha cor branca, porque somos a minoria! Se estima que descendentes de europeus caucasianos no mundo sejam cerca de apenas quinze por cento entre os oito bilhões de terráqueos!
Como cristãos entendemos que de Deus “criou de um só homem, Adão, todas as pessoas do mundo, e espalhou as nações pela face da terra” Atos 17.26
Silas do Amaral Pinto
Residente em Orlando, Florida
Comendador: Cruz do Mérito do Empreendedor, Juscelino Kubitscheck
Embaixador da http://www.Horasis.org nos EUA,
Empresário, pastor aposentado.
