Pr. Dr. Gerson Joni Fischer

É sabido que a ciência avança por meio de testes, através de acertos e erros. Não há nada de definitivo nela. Alí adiante uma nova descoberta pode corrigir ou até mesmo invalidar os saberes anteriores.

Algo idêntico ocorre com o testemunho da fé. Esta também é uma espécie de ciência. Ela demanda experiência e conhecimento como no caso da ciência; na atualidade fortemente influenciada pelo empirismo. É um engano conceituar fé de modo apenas subjetivo, a saber, um conhecimento incerto e apenas relativo. A fé é certeza e convicção, em conformidade com o autor da carta aos Hebreus, no Novo Testamento.

O teste da ciência e o testemunho da fé tem a mesma raiz etimológica. São termos latinos que se originam de significados da língua grega. A palavra testemunho equivale a martírio para o idioma grego. Envolve a ideia de certeza, a algo que se defende com “unhas e dentes”. Assim é com os testemunhos da ciência e da fé. Vive-se e até se morre para defender suas verdades.

Ocorre que, tanto no caso da  ciência,  como no da fé, a verdade não é uma propriedade de uma pessoa ou de um grupo específico. É preciso considerar o elemento do erro e do acerto. Para a fé cristã, tal equivale a reconhecer que não apenas nos enganamos quanto ao nosso conhecimento da verdade; erramos porque somos em essência pecadores.

Ainda assim, há verdade na ciência; o absoluto de revela em meio ao relativo. E, há verdade em nossa fé, porque Deus, em Cristo, continuamente se revela a nós, apesar de nossa corrupção, enquanto condição de nossa natureza humana.

Qual é a utilidade destas considerações acerca das naturezas da ciência e da fé? O absoluto existe; temos experiência diária dele. Todo tipo de conhecimento procede de Deus, o criador e o redentor da humanidade. Mas não somos proprietários de qualquer tipo de revelação, natural ou sobrenatural. Acertamos e erramos, ou melhor, pecamos e somos carentes da misericórdia divina. Temperança, modéstia e humildade são ingredientes indispensáveis para quem deseja transitar de modo salutar entre ciência e fé. A graça de Deus é fator sine qua non.

[14:26, 01/05/2023]

.

Exato, Gerson. Só temos, no máximo, uma visão embaçada da realidade total. Mal enxergamos aspectos bem parciais, partículas de um todo infinitamente  maior.  Só no futuro, na era do Reino de Cristo, conheceremos de forma completa [Paulo aos I coríntios13.12) .

 Outra coisa:  A paixão que move um revolucionário provém de um tipo de certeza que ele crê e aguarda, por exemplo, um novo mundo com justiça. Mas quanta diferença da certeza proveniente da fé soprada pelo Espírito Santo que nos ensina a Palavra de Deus! [Heb 11].

Deixe um comentário