Certíssima e brilhante a análise do Sayão sobre a questão da presença feminina na Bíblia. Interessante a questão do protagonismo. Deus não vê nem valoriza personagens como nós humanos comuns ou segundo o critério de historiadores. Jesus percebia pessoas escondidas e desvalorizadas. Observava pequenos gestos como o da ofertante pobre. Não era atraido pelos palácios e posições de poder.
A Biblia é o livro que mais fala de famílias e de mulheres, comparado com a Ilíada, a Odisseia, o Alcorão, o Mahabharata e outros. Cita muitas centenas de mulheres e nomeia muitas dezenas. O status das mulheres em Israel, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento era, comparativamente a outros povos e tempos, muito melhor, com restrições ao despotismo cultural masculino.
Jesus, então, deslanchou, reconhecendo-as, compartilhando sua missão, tendo-as como auxiliares diretas e amigas, nomeando-as quando possível e seguro para elas. Com suas atitudes e falas, antecipou em dois mil anos, o que ainda se tenta no Ocidente e no Oriente, o reconhecimento dos direitos da mulher em equidade com os homens.
O apóstolo Paulo, condicionado pelo tempo histórico, respeitou contextos culturais mas expandiu e destacou o papel de umas tantas mulheres, como ativas colaboradoras na missão como Dorcas, Febe, Júnia, Maria, Pérsida, Júlia, Trifena, Trifosa, Priscila.
Johann Sebastian Bach: (1685-1750) compôs Alegria dos Homens. Esta é uma das mais belas cantatas de Bach, famosa pelo coro Jesus Alegria dos Homens. Foi composta originalmente para o Advento de 1716, em Weimar. Proponho renomeá-la Jesus Alegria das Mulheres – e dos Homens.
